ALMANAQUE DO AMPARO PARA 1872

Para 1872
Foi a primeira publicação sobre a cidade de Amparo. Foi organizado pelo republicano, natural de Campinas, Francisco de Assis Santos Prado. Fazendeiro, convencional de Itu, autor de numerosos atos de filantropia, faleceu em Amparo, onde residiu muitos anos, em 1908 aos 77 anos.

O almanaque, uma enorme raridade, que acredito que hoje não exista nenhum exemplar, dividiu-se em três partes.

A primeira relatando a organização pública, administrativa e social; Correio, justiça, câmara, guarda nacional, eleitores, religião, educação, sociedades e associações. Acionistas da Companhia Mogiana que iria inaugurar o ramal de Amparo dois anos após (1875), capitalistas, proprietários, fazendeiros, profissões, comércio e indústria trazendo os nomes e endereços de seus proprietários e ocupantes dos cargos.

A segunda parte relatava um resumo histórico de Amparo de autoria de Bernardino de Campos.

Trazia, ainda, um excelente trabalho de Assis Prado, “Ramal de trilhos unidos de Amparo a Campinas”.

Assis Prado lutava pela construção do ramal Amparo – Campinas. Dizia, vamos construir, mesmo que os trilhos sejam de madeira.



A terceira parte continha anúncios publicitários do comércio de Amparo.

Combinam a promoção da obrigatoriedade da vacinação e revacinação, do asseio e limpesa da cidade e da adoção de uma subscrição pública para a criação de um hospital.

-x-

No mesmo mês da iniciativa anterior, Maio de 1875, o Presidente da Província autoriza o Judiciário a despender com o tratamento de indigentes acometidos, até 200$000.

A Câmara, por sua vez, em Novembro seria autorizada a despender até 500$000 com os indigentes acometidos de varíola.

-x-

Em 1883, a Câmara adverte a população sobre os perigos de um surto de varíola existente na cidade. A advertência foi feita através de um boletim impresso.

-x-

Em 1887, o Diário Popular de São Paulo anunciou ter recebido um telegrama de Amparo declarando estar extinta a varíola no município. A notícia afirmava que em conseqüência o LAZARETO havia fechado suas portas.

-x-

A extinção anunciada, infelizmente, não foi confirmada, pois, em 1889 o Conselho Municipal de Instrução Pública informava ao Inspetor Geral que a freqüência dos alunos nas escolas caira muito em razão da epidemia da varíola.

O Conselho não anunciou para serem fechadas as escolas temendo aumentar o terror da população.

-x-

No mesmo ano, 1889, realizou-se no novo edifício da cadeia um grande encontro popular objetivando obter meios para impedir a invasão do que foi chamada a “epidemia campineira” referindo-se à febre amarela.

-x-

Como se pode constatar, o povo vivia “tempos de terror”. As epidemias mais variadas surgiam rapidamente atingindo simultaneamente grande número de pessoas.

Hoje, nos paises do 1o mundo tais doenças estão extintas. Porém, nos países pobres ainda existem os perigos embora os recursos de defesa sejam muitíssimos maiores do que os existentes naquela época.