Imprensa – II

Em 1873, surgiu o 1o jornal de Amparo, a “Tribuna Amparense” com direção de José Rebelo de Amorim.

José Rebelo era português dirigiu simultaneamente o “commércio de Santos” e o bi-sentenário “Imprensa Mogiana”, além da Tribuna Amparense.

Naquela época dirigir jornal em três municípios era algo excepcional.

E, pensando melhor, até nos dias de hoje com todos os modernos meios de comunicação o fato seria considerado uma proesa.

Foi emocionante para mim e acredito que também o será para o prezado leitor conhecer a manifestação do Correio Paulistano, da Capital, em edição de 14 de Maio de 1873 e também o 1o editorial do 1o jornal publicado em Amparo. Vejamos – do Correio Paulistano:

“Tribuna Amparense. Sahiu na prospera e florescente cidade do Amparo o primeiro numero de uma folha com a titulo acima. É o primeiro orgam da imprensa que apparece por aquellas paragens. O municipio do Amparo deve contar a sua folha como prova de seu notavel engrandecimento, e ao mesmo passo como uma força de mais para novas expansões de vitalidade no futuro. Como sempre há acontecido, é alli a imprensa o prenuncio da estrada de ferro e da telegraphia (8). A TRIBUNA é propriedade do sr. José Rebelo de Amorim, já bastante conhecido na provincia com fundador de mais de uma empreza jornalistica em Santos”.

Por sua vez o 1o editorial assim se apresentou:

“Devotada essencialmente aos melhoramentos moraes e materiaes dos 3 municipios cujos destinos se acham estretamente ligados, Amparo, S. Negra e Socorro, a TRIBUNA advogará calorosamente seus interesses, suas aspirações, será o orgão das legitimas manifestações de suas necessidades, pondo suas colunnas ao serviço das industrias nascentes ou já dezenvolvidas e de todos os aperfeiçoamentos, invocando o concurso patriotico das vontades bem intencionadas. A TRIBUNA não se alista em partido algum, não tem, nem deve ter politica partidaria”.

Constava nas páginas do jornal noticiarios locais, e gerais, críticas, literatura, seções livres contendo informações, elogios, protestos, advertências, etc..

Na época a grande reivindicação era a construção da via férrea visando a crescente produção cafeeira. O jornal defendeu a sua criação e deu oportunidade para que colaboradores diversos se manisfestassem.

A TRIBUNA AMPARENSE encerrou suas atividades em 1879. Porém, na verdade apenas trocou de nome. O proprietário Rebêlo de Amorim acreditando no progresso do município que já possuia a estrada de ferro e era Comarca tranformou-o em jornal diário, só não circulando na 2a feira. Daí seu nome passou a Diário do Amparo.

Uma prova que Rebêlo Amorim estava dando continuidade ao anterior foi a adoção do número de anos, VII, da Tribuna.